Acordo entre a Grã-Bretanha e os EUA | Os conflitos comerciais são conflitos de classe
O presidente dos EUA, Donald Trump, elogia o acordo comercial anunciado entre a Grã-Bretanha e os EUA como um “grande negócio”. O "acordo histórico" garantiria milhares de empregos britânicos em setores-chave, como a fabricação de automóveis e a indústria siderúrgica, e o primeiro-ministro britânico Keir Starmer também parece eufórico. E especialistas estão debatendo quem pontuou melhor na troca.
E os funcionários que estão sendo cortejados por todos os lados? Os sindicatos estavam bem abaixo na hierarquia quando se tratou do acordo, de acordo com o maior órgão representativo dos funcionários, o GMB. E isso é sintomático – não apenas para a Grã-Bretanha social-democrata. Sindicatos em todos os lugares estão lutando para ter voz e ganhar algumas migalhas da grande mesa de negociações. Geralmente não é possível obter mais do que segurança no emprego, às custas de colegas do outro lado do mundo.
Não será diferente quando os EUA negociarem com seu concorrente mais poderoso no momento, a China, neste fim de semana, e quando os ministros do comércio da UE se reunirem em Bruxelas na próxima semana para discutir um roteiro conjunto. Em essência, trata-se dos interesses de suas próprias corporações, que estão tentando se afirmar no mercado global sob condições econômicas e geopolíticas globais em constante mudança.
Afinal, conflitos comerciais são conflitos de classe, independentemente de serem conduzidos em nome do livre comércio ou do protecionismo. Ninguém deve ficar cego pela retórica brilhante.
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