Agosto de 2025 foi o mês mais quente já registrado na Espanha

O país sofreu uma onda de calor recorde de 16 dias no mês passado, que provocou incêndios florestais que mataram quatro pessoas e que, segundo estimativas do Instituto de Saúde Carlos III, causaram mais de 1.100 mortes — a maioria de pessoas com mais de 65 anos.

"Durante a maior parte de agosto, as temperaturas ficaram acima da média, com uma onda de calor notável, prolongada e intensa, ocorrendo entre 3 e 18 de agosto", disse a agência em um comunicado.

"Durante esse período, as temperaturas máximas e mínimas diárias ficaram bem acima da média", acrescentou.

A AEMET disse anteriormente que a onda de calor do mês passado foi "a mais intensa já registrada", com temperaturas médias 4,6°C acima dos eventos anteriores.

Desde que começou a manter registros em 1975, a AEMET registrou 77 ondas de calor na Espanha, com seis delas 4°C ou mais acima da média.

Cinco delas ocorreram desde 2019.

Mais de 380.000 hectares (quase 1.500 milhas quadradas) foram queimados este ano — um total anual recorde e quase cinco vezes a média anual, de acordo com o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais.

A maior parte do território foi devastada em agosto, quando grandes incêndios atingiram o noroeste e o oeste da Espanha, forçando a evacuação de milhares de pessoas.

Cientistas dizem que as mudanças climáticas estão provocando ondas de calor mais longas, intensas e frequentes em todo o mundo.

As mudanças climáticas causadas pelo homem tornaram as condições quentes, secas e ventosas que alimentaram os incêndios florestais mortais na Espanha e no vizinho Portugal no mês passado 40 vezes mais prováveis, disseram pesquisadores na quinta-feira em um relatório publicado pela World Weather Attribution.