Cartas do editor: Surrealismo político, dura realidade, obras necessárias

Surrealismo político
Há uma história antes e depois do celular. Vivemos no purgatório político digital das redes, que nos impede de raciocinar, mas reage aos estímulos, como um reflexo pavloviano canino. Mais remotamente, em um polêmico filme do Monty Python dos anos 1980, A Vida de Brian, um certo Cohen é confundido com o Messias. Em uma cena, ele aparece na sacada e é aclamado. Surpreso com o comportamento coletivo, ele lhes diz: "Não sejam uma massa, sejam indivíduos". A multidão respondeu repetindo repetidamente em uníssono, em um coro ritmado: "Não somos uma massa, somos indivíduos". Hoje, os eternalistas e os Milton Nautas são militantes, para além da preocupante deserção eleitoral. Líderes se envolvem em acirradas disputas internas e fechamento de listas em círculos de fofocas, com apagões milagrosos. A surrealidade política é levada a um nível inimaginável, que provocaria a inveja de García Márquez. Claro que Gabo não sabia jogar truco como os verdadeiros protagonistas desta novela.
Alfredo Belasio
DNI 8.316.897
Dura realidade
A coluna intitulada "Fotos do Divórcio entre Política e Sociedade", escrita por Luciano Román e publicada em 31 de julho, descreve perfeitamente a triste realidade de Quilmes e de toda a região metropolitana. Meus parabéns por refletir essa dura realidade que nós, moradores de Quilmes, enfrentamos há anos. Que os políticos um dia tomem nota da situação atual, que já dura anos, e abordem a questão da segurança e do atraso geral com que tentamos sobreviver na província de Buenos Aires.
Aníbal Piñeyro
DNI 12.767.244
Trabalhos necessários
Na terça-feira, 30 de julho, três pessoas morreram em um acidente de capotamento na Rota 6, perto de Gral. Roca, Río Negro, ao meio-dia. No domingo, 27 de julho, duas pessoas morreram na mesma rota em um incidente causado, em grande parte, por uma estrada deteriorada. Os acidentes de trânsito estão se tornando a principal causa de morte em nosso país, não apenas devido a fatores ambientais ou à imprudência dos motoristas que levaram ao acidente, mas também devido às más condições das estradas e rodovias, que estão cada vez mais perigosas e inadequadas para o tráfego devido à falta de acostamentos e sinalização, buracos que se tornaram armadilhas mortais e asfalto deformado que foi construído há muitos anos. Por exemplo, foi relatado esta semana que a rota que liga Buenos Aires a San Martín de los Andes não foi melhorada desde pelo menos 1980, com o fator agravante sendo o desaparecimento gradual de postos de gasolina ou pontos de descanso que proporcionavam um descanso reparador. Vale destacar que até poucos anos atrás, no trecho Zapala-Junín de los Andes (200 km), existiam dois postos de gasolina com refeitórios, mas eles não existem mais.
Embora o investimento em grandes projetos em todo o país tenha diminuído nos últimos 25 anos, é hora de quebrar essa tendência e começar a direcionar recursos públicos para projetos de comunicação terrestre — ou seja, estradas, rodovias e o retorno da ferrovia. Neste caso, para restaurar o nível que desfrutava quando foi tolamente eliminada, e com ele as cidades que se desenvolveram ao longo de suas margens. Para políticos, imersos em campanhas, cargos e na busca por poder, e, se possível, eternamente, esta proposta pode parecer uma utopia, uma fantasia distante de suas intenções. Mas, na realidade, é um empreendimento que eles devem empreender rapidamente para evitar as muitas tragédias de trânsito que chegam às manchetes.
Héctor Luis Manchini
DNI 7.779.947
Tragédia em Miami
Sem prejuízo do resultado final da investigação judicial em Miami, é evidente a inconveniência e o perigo de se misturar dois tipos de tráfego marítimo e fluvial (barcaças de serviço e pequenas embarcações de recreio sem propulsão motorizada) na mesma área. Não se trata da pequena embarcação atingida cruzar o canal destinado a embarcações maiores, uma vez que esse canal não existia. A priori, creio, a única coisa que se pode apontar é a conveniência (ou obrigação?) de a embarcação maior — ao cruzar aquela área onde embarcações muito pequenas são avistadas — emitir sinais de alerta persistentes. Além disso, dadas a área e as circunstâncias envolvidas, a recomendação é a existência de alguma embarcação motorizada de apoio para embarcações menores, movidas a vela. Presenciei incidentes muito semelhantes a este — felizmente sem desfechos tão trágicos e dolorosos — durante muitos anos navegando nas áreas de San Fernando e San Isidro com inúmeras frotas tripuladas por crianças, e em tempos em que grandes barcaças de areia ainda navegavam no canal costeiro, mas sempre — graças aos clubes da área — com barcos de apoio.
Que Deus conforte as famílias e ilumine a todos para que fatos tão lamentáveis não se repitam.
Geraldo Crespo
DNI 4.535.354
A AFA e os bilhetes
Sou sócio do San Lorenzo e estou surpreso com o método implementado pela AFA para a venda de ingressos para a partida da Copa Argentina contra o Tigre. Gostaria que o presidente da AFA ou alguém próximo a ele explicasse publicamente por que os ingressos estão sendo vendidos por meio de uma pré-venda "online" para obter um código QR. É preciso ir pessoalmente à sede do clube, apresentar o código QR para pagar somente em dinheiro, sem outra opção de pagamento, e retirar os ingressos impressos, como quando o San Lorenzo jogou no Gasómetro da Avenida La Plata. Por que a AFA não permite a venda online de ingressos e a emissão de ingressos digitais, que são usados até mesmo para partidas de futsal? Será que o presidente da AFA e sua comitiva de capangas estão ocupados demais para simplificar esse processo burocrático completamente ridículo e inoportuno?
Gabriel Ballester
Na rede do Facebook
Milei vinculou Villarruel e a oposição à alta do dólar e disse que o vice-presidente "possibilitou uma corrida".
“A culpa é sempre dos outros…” - Sergio Franzotti
“Vamos, Milei” – Andrés Luna
"A Vice-Presidente cumpriu o seu dever, mesmo que isso incomode. A sua grosseria incomoda-nos ainda mais." - Marta Susana Pons

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