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Marcelo Ebrard, sobre o acordo geral a ser negociado com os EUA: "Queremos certeza sobre as tarifas."

Marcelo Ebrard, sobre o acordo geral a ser negociado com os EUA: "Queremos certeza sobre as tarifas."
Marcelo Ebrard, Secretário de Economia, na coletiva de imprensa matinal de 11 de junho de 2025.
Marcelo Ebrard, Secretário de Economia, na coletiva de imprensa matinal de 11 de junho de 2025. DANIEL AUGUSTO (Cuartoscuro)

Após o fracasso da reunião do G-7 entre México e Estados Unidos, após a retirada inesperada de Donald Trump da cúpula, o governo mexicano voltou à luta para obter o tão aguardado tratamento tarifário preferencial da Casa Branca. O que deveria ser o primeiro encontro presencial entre o republicano e a presidente Claudia Sheinbaum fracassou, mas uma ligação telefônica de 20 minutos ocorreu. Durante a ligação, os líderes concordaram em trabalhar em um acordo geral sobre segurança, migração e comércio. Nesta última trincheira, o Secretário de Economia, Marcelo Ebrard, informou que o documento proposto por Sheinbaum a Trump dará certeza em relação às tarifas, entre agora e o início da revisão do USMCA, em julho de 2026. "O México já fez o esforço que merecia em migração, já fez muito progresso a julgar pelo fentanil apreendido, então o México cumpriu, e a outra questão é que temos certeza entre agora e a revisão do USMCA em relação a tarifas e questões comerciais", afirmou nesta quarta-feira.

Após cinco meses de ameaças, tarifas e negociações a portas fechadas de Trump, o México quer pelo menos alguma certeza sobre as novas regras do jogo. A autoridade mexicana ainda aguarda a confirmação das autoridades comerciais americanas sobre a próxima reunião em Washington, mas está confiante de que será esta semana. Sem entrar em detalhes, o Ministro da Economia mencionou que discutirão a tarifa de 50% sobre aço e alumínio, bem como tarifas sobre outras exportações mexicanas, de autopeças a eletrodomésticos. "O que queremos é certeza sobre o cenário que teremos em 2025 e chegar a um acordo (com os EUA), porque já cumprimos; isso é o essencial. O que foi dito e necessário já foi feito", concluiu.

O mandato do presidente Sheinbaum para implementar este novo acordo geral sobre migração, segurança e comércio é paralelo ao objetivo de garantir tratamento tarifário preferencial. O México busca afirmar sua posição não apenas como parceiro do USMCA com os Estados Unidos, mas também como o principal exportador para o país vizinho, com embarques que totalizam mais de US$ 505 bilhões anualmente. Sob essa premissa, o governo Sheinbaum tem evitado o confronto direto com Trump por meio da imposição de tarifas. Apesar dos golpes tarifários de Trump, o governo mexicano continua optando por uma estratégia de cautela e frieza.

Embora o México não tenha imposto tarifas aos EUA e seja seu parceiro no USMCA, o governo republicano fez apenas algumas concessões em relação às tarifas. O governo Trump não incluiu o país latino-americano nas chamadas "tarifas recíprocas" e permitiu um desconto de 25% em itens em conformidade com o USMCA. Na tarifa de 25% sobre carros estrangeiros, o presidente concedeu ao México e ao Canadá um desconto com base no conteúdo americano de cada unidade. Essas disputas, no entanto, foram diluídas pelo aumento das tarifas sobre aço e alumínio, que passaram de 25% para 50%.

O muro tarifário imposto por Trump ao México e ao resto do mundo alterou radicalmente os fluxos de comércio exterior. As empresas exportadoras mexicanas optaram por aumentar seus embarques durante os primeiros meses do ano para evitar a ameaça de tarifas, uma ameaça que começou a se materializar em março passado. No entanto, a cobertura incomum de estoques está começando a diminuir, e os efeitos das novas tarifas já estão sendo sentidos na prática. Em abril passado, o México exportou pouco mais de US$ 41,8 bilhões, uma queda de 3% em relação ao mesmo mês de 2024. A incerteza resultante dessa guerra comercial e a desaceleração econômica doméstica ainda colocam o México em uma posição extremamente delicada, com uma perspectiva sombria para o segundo semestre de 2025.

Karina Suárez

Ela é correspondente do EL PAÍS nas Américas, com foco em questões econômicas e sociais. Anteriormente, trabalhou no Grupo Reforma. É formada em Ciências da Comunicação pela Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) e possui mestrado em Jornalismo pelo EL PAÍS.

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