Educação. Calendário escolar: as férias escolares curtas devem ser reduzidas?

A França se destaca pelas férias de verão mais curtas, mas também por feriados intermediários, destaca a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) em relatório publicado nesta terça-feira.
Duas semanas no Dia de Todos os Santos, duas no Natal, duas em fevereiro e duas na Páscoa. E se as férias curtas fossem o calcanhar de Aquiles dos horários escolares franceses? Enquanto a convenção de cidadãos sobre o "tempo das crianças" se reuniu neste fim de semana para formular suas propostas iniciais para um relatório esperado pelo Presidente da República no final de novembro, a OCDE está contribuindo para a discussão sobre o assunto. Em seu relatório "Regards sur l'Éducation" (Visões sobre a Educação), publicado nesta terça-feira, a OCDE comparou nosso calendário escolar com o de outros países. Como resultado, ao contrário da crença popular, nossas férias de verão não são mais longas do que as de outros países: duram cerca de oito semanas, menos do que a média dos países da OCDE (8,7 semanas) e a média dos países da União Europeia (9,5 semanas). Quando se trata de feriados, a França não é exceção, com 11 dias por ano, um a menos que a média da OCDE.
Por outro lado, onde nosso país se destaca é na frequência e duração dos feriados intermediários. Com oito semanas acumuladas de férias curtas ao longo do ano, a França supera significativamente a média da OCDE (cerca de cinco semanas). Está entre os três países da OCDE que têm pelo menos quatro períodos de férias escolares durante o ano, além das férias de verão. E com duas semanas de cada vez. "Na maioria dos outros países, as férias escolares durante o ano são muito mais curtas. Podemos tomar como exemplo a Islândia ou a Croácia, onde há apenas dois períodos de férias por ano, totalizando três semanas", observa Etienne Albiser, analista da OCDE.
Encontrando um novo equilíbrio?Essa recorrência de férias curtas impacta as condições de aprendizagem. Ao mesmo tempo, os estudantes franceses passam mais tempo em sala de aula do que seus colegas estrangeiros: 864 horas por ano no ensino fundamental (em comparação com 804 horas da média da OCDE) e 973 horas por ano no ensino fundamental (em comparação com 909 horas).
"A França é muito atípica em sua organização escolar. Os alunos receberão mais horas de aula em um número reduzido de semanas. Além disso, 80% dos alunos do ensino fundamental têm quatro dias de aula por semana. Enquanto na média dos países da OCDE, as aulas são distribuídas em cinco dias", enfatiza Eric Charbonnier. Essa condensação excessiva do ano letivo é ainda mais cansativa, pois os alunos dedicam muito tempo aos fundamentos. Segundo Eric Charbonnier, "deveríamos pensar em uma organização escolar que dê aos alunos com dificuldades tempo para se atualizarem". Ou seja, um ano letivo com talvez um pouco menos de férias curtas, mas com dias letivos mais curtos para permitir que os alunos se concentrem melhor. Resta saber se a convenção de cidadãos sobre o "tempo das crianças" proporá alterações neste calendário único, sob o risco de interromper uma organização escolar profundamente enraizada.
Le Républicain Lorrain