Em Buenos Aires, a identidade da cidade é apagada por novas construções

Barras de reforço acumulam-se no térreo, cobertas de poeira. Na cobertura, a piscina ainda não foi construída, mas a promessa de nadar em casa, no coração de Buenos Aires, está estampada em letras grandes na fachada provisória deste prédio de nove andares, atualmente em construção. Haverá também academia, sala de reuniões, lavanderia, garagem para carros e bicicletas, churrasqueiras e um solário. "Ruas tranquilas e arborizadas", acrescenta a construtora em seu folheto, enaltecendo a praticidade de Villa del Parque, um bairro residencial na zona oeste da capital argentina.
"Que horror! ", comenta Sandra Barbonetti, moradora em frente ao prédio. "Eles estão vendendo exatamente o que estão destruindo: um bairro tranquilo de casas baixas onde as pessoas podem se reunir do lado de fora, em vez de se trancarem no prédio e fazerem tudo no local."
Ela segura a imagem de uma casa térrea azul-vivo, um antigo armazém com fachada italiana, estilo inspirado na arquitetura renascentista, típico da segunda metade do século XIX em Buenos Aires. "Novas construções apagam nossa história", suspira Barbonetti , membro do grupo Consciência Urbana Comuna 11, que luta pela preservação da identidade e do patrimônio de Villa del Parque.
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Le Monde