John Legend defende decisão de prosseguir com concerto em Ruanda apesar do conflito na República Democrática do Congo

John Legend não estava pronto para cancelar seu show. Em entrevista à BBC , o cantor do All of Me falou sobre sua decisão de manter seu show em Ruanda na sexta-feira, 21 de fevereiro, apesar da situação atual na República Democrática do Congo . " Não acho que devemos punir ruandeses e pessoas de outros países quando não concordamos com seus líderes", diz ele.

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" Estou ciente de tudo o que está acontecendo na República do Congo e estou ciente dos apelos que foram feitos para que eu não me apresentasse neste palco, mas acho que este concerto é muito importante, assim como a missão do Move Afrika . "O show, organizado sob o selo da Global Citizen , uma organização sem fins lucrativos que visa acabar com a pobreza extrema e promover a justiça, faz parte da missão " Move Afrika Tour ". O objetivo desses shows é incentivar os jovens do país a se interessarem e participarem do desenvolvimento das indústrias culturais e criativas na África, por exemplo, investindo em infraestrutura sustentável que tornará possível receber artistas de todo o mundo para que o continente não fique mais excluído das turnês internacionais.

John Legend, que se apresentou gratuitamente em 21 de fevereiro em Kigali, capital de Ruanda, foi amplamente criticado nas redes sociais após seu show. Alguns acreditam que ele deveria ter cancelado seu show, como fez o cantor nigeriano Tems . “ Recentemente promovi meu programa em Ruanda sem entender que há um conflito em andamento entre Ruanda e Congo ” , ela escreveu nas redes sociais no final de janeiro. " Nunca tive a intenção de ser indiferente a questões da vida real e peço sinceras desculpas se dei essa impressão. Eu simplesmente não tinha ideia do que estava acontecendo. » A ativista Denise Zaneza, que defende a paz e a democracia em Ruanda, atacou John Legend no X, argumentando que “ atuar sob a bandeira ” de Ruanda “ equivale a colaborar com a própria opressão ”. A estrela também fará um show em Lagos, Nigéria, na terça-feira, 25 de fevereiro.

Desde o final de 2021, o grupo armado M23, apoiado por cerca de 4.000 soldados ruandeses, pegou em armas novamente contra o governo do presidente Tshisekedi. Em uma ofensiva relâmpago nas últimas semanas, o M23 assumiu o controle de Goma e Bukavu. Enquanto a vida está lentamente voltando ao normal nas duas cidades da República Democrática do Congo, a criminalidade aumentou, de acordo com um relatório publicado pela ONU.

Ruanda é acusada de querer ocupar esses territórios para explorar seus ricos depósitos de vários minerais, alguns dos quais são essenciais para chips e celulares. O rápido avanço do M23 e das forças ruandesas fez com que milhares de pessoas fugissem, e o conflito teria causado a morte de mais de 7.000 pessoas desde janeiro, de acordo com a primeira-ministra da República Democrática do Congo, Judith Suminwa Tuluka.