Mark Ruffalo em "Task", um thriller emocionante

Crítica Esta minissérie é um jogo de gato e rato entre um agente do FBI e um chefe de família desavisado. Disponível na HBO Max.
Por Arnaud Sagnard
Mark Ruffalo em "Task ", de Brad Ingelsby. HBO MAX
Já assistimos a várias séries e filmes que mostram um policial desconfortável consigo mesmo, consumindo álcool em excesso e forçado a se dedicar a uma nova investigação particularmente difícil, enquanto sua vida vai para o inferno, começando com os primeiros filmes noir, onde o perdedor se perde em um destino e em uma cidade grande demais para ele e então trabalha como detetive de capa de chuva e chapéu.
Apesar dessa sensação de déjà vu, "Task" não deixa de ter charme. Observar a forma como o criador desta minissérie, Brad Ingelsby, interpreta Tom, um agente do FBI encarregado de acabar com uma gangue de ladrões na arborizada Pensilvânia, nos deixa grudados na tela. Por um lado, porque Mark Ruffalo é um artesão habilidoso e, por outro, porque, do roteiro do filme "Blaze of Wrath" (2013) à série "Mare of Easttown", com Kate Winslet, Brad Ingelsby se destaca na interpretação das almas solitárias que vivem nas sombras de um país obcecado por vencedores de todos os tipos.
Por fim, é na descrição meticulosa da vida da parte contrária, os ladrões endividados, liderados por Robbie (o excelente Tom Pelphrey), que o autor aprimora sua obra. Depois de "Smoke", outra minissérie tão bem-sucedida quanto sombria com dois investigadores na trilha de incendiários, e antes de "The Savant" (26 de setembro na Apple TV+), sobre a caça online a extremistas, podemos mensurar melhor o abismo que separa esses thrillers, escritos e filmados à risca, daqueles que obedecem aos mesmos códigos recentemente lançados na Netflix, "The Forgotten Files" e "A Wild Nature".
Le Nouvel Observateur