A Sotheby's reabre o Edifício Breuer em Nova York.

A casa de leilões Sotheby's reabre as portas de sua sede global no número 945 da Madison Avenue, em Nova York, no icônico edifício da década de 1960 projetado por Marcel Breuer, no sábado, 8 de novembro, transformando mais uma vez o espaço em um epicentro cultural de classe mundial.

A reabertura do Edifício Breuer marca não apenas um novo capítulo na história da casa de leilões, mas também o renascimento de um espaço icônico da cultura americana, que ao longo dos anos abrigou o Whitney Museum of American Art, o Met Breuer e a Coleção Frick. Com uma renovação cuidadosa e respeitosa da estrutura original, o escritório Herzog & de Meuron, em colaboração com os arquitetos nova-iorquinos da PBDW, combinou com sucesso a arquitetura modernista com as necessidades contemporâneas, criando um espaço capaz de receber exposições, leilões e um público internacional.

Até 17 de novembro, as galerias do Edifício Breuer oferecerão ao público uma exposição gratuita de três coleções extraordinárias: a Coleção Leonard A. Lauder, a Coleção Cindy e Jay Pritzker e o Exquisite Corpus. Entre as obras em exibição estão "Crowns (Peso Neto)" (1981), de Jean-Michel Basquiat, e "America" ​​(2016), de Maurizio Cattelan, um vaso sanitário funcional em ouro maciço de 18 quilates.

A Coleção Leonard A. Lauder reúne obras-primas do século XX, incluindo três pinturas de Gustav Klimt e a maior série de bronzes de Henri Matisse já oferecida em leilão. "É uma coleção única, fruto do olhar criterioso de um dos maiores colecionadores e filantropos da América", comentaram os especialistas da Sotheby's. A exposição explora a paixão de Lauder pelo modernismo europeu e seu papel na disseminação da arte vienense nos Estados Unidos.

A Coleção Cindy e Jay Pritzker, reunida ao longo de quase cinquenta anos, reflete a sensibilidade de dois colecionadores dedicados à filantropia e à arte. Entre os destaques, estão "Os Livros Amarelos", de Vincent van Gogh, uma das naturezas-mortas mais significativas do mestre holandês, e "Léda e o Cisne", de Henri Matisse, com mais de dois metros de altura, considerada uma das obras mais inventivas do artista. A coleção demonstra a capacidade dos Pritzker de combinar interesse histórico e beleza estética, criando um legado cultural notável.

Por fim, o Exquisite Corpus é uma das coleções particulares de arte surrealista mais prestigiadas. Construída ao longo de quatro décadas, a coleção oferece uma visão abrangente do movimento, desde mestres consagrados até figuras menos conhecidas, mas igualmente importantes. Entre as obras mais extraordinárias está "O Sonho (La cama)", de Frida Kahlo, uma meditação íntima sobre identidade e mortalidade, um símbolo da capacidade do Surrealismo de combinar fantasia e introspecção psicológica.

A transformação do Edifício Breuer vai além do espaço expositivo: a intervenção arquitetônica realçou a beleza original do prédio. Herzog & de Meuron preservaram a clareza e a elegância da estrutura modernista, reintegrando os espaços originais e criando novas galerias flexíveis para exposições e leilões. A iluminação externa foi aprimorada, conferindo ao edifício uma presença teatral na Madison Avenue, enquanto os sistemas internos de climatização e iluminação garantem condições ideais para as obras de arte mais valiosas. Um restaurante de alta gastronomia, projetado em colaboração com Roman & Williams, será inaugurado na primavera de 2026, complementando a experiência cultural do visitante.

"A reabertura do Edifício Breuer representa um ponto de virada para a Sotheby's e para a cidade de Nova York", disse Lisa Dennison, vice-presidente executiva da Sotheby's Américas. "Aqueles que conheceram o edifício em suas encarnações anteriores ficarão encantados ao ver como reinterpretamos o número 945 da Avenida Madison, preservando o espírito de quase 60 anos de programação aclamada. O projeto de Breuer, com sua capacidade de abarcar múltiplos estilos e épocas da arte, ganha nova vida hoje."

O projeto recebeu aprovação da Comissão de Preservação de Marcos Históricos da Cidade de Nova York, que reconheceu o edifício como patrimônio histórico em maio de 2025, ressaltando a importância histórica e cultural da estrutura. Com essa reabertura, a Sotheby's completa uma trilogia de novos espaços inaugurados nos últimos anos em Hong Kong e Paris, ambos já tendo alcançado números recordes de visitantes e confirmando a liderança global da casa de leilões. (por Paolo Martini)