Quando as primeiras palavras demoram a chegar: dicas para saber quando consultar um especialista

O desenvolvimento infantil varia muito, mesmo dentro da mesma família, e é influenciado por inúmeros fatores. Mais ou menos, todas as crianças tendem a atingir os mesmos marcos, como são chamados, na mesma faixa etária. Mas se você notar que seu filho não está fazendo certas coisas e isso o preocupa porque você vê que os outros estão, não hesite em consultar um especialista — neste caso, sempre, um pediatra.
Atrasos na linguagem são um dos atrasos de desenvolvimento mais comuns em crianças e um tema de grande preocupação para as famílias. "Não podemos esquecer que cada criança se desenvolve em seu próprio ritmo e algumas começam a falar mais cedo do que outras", alerta a Dra. María Velázquez de Cuéllar, chefe do Departamento de Pediatria do Hospital Quirónsalud Valle del Henares (Torrejón de Ardoz, Madri), no novo site "Escola para Famílias ".
Algumas crianças dizem as primeiras palavras aos 12 meses, enquanto outras só falam aos 18 meses ou dois anos, segundo a especialista, que ressalta que, às vezes, esses atrasos são temporários e que é o pediatra quem deve avaliar cada caso, assim como o contexto.
“Muitos fatores influenciam a fala, por exemplo, se a família interage mais ou menos com a criança, se falam com ela, se tem irmãos, se há bilinguismo na família e se o bebê frequenta a creche, um estímulo importante para ela”, reconhece a especialista.
No entanto, o Dr. Velázquez de Cuellar ressalta que deficiências auditivas também podem ocorrer em crianças, tornando mais difícil para elas falar porque não ouvem corretamente; ou deficiências orais também podem afetar sua capacidade de produzir sons.
Assim, alguns dos sinais que justificam a consulta a um profissional, neste caso um pediatra, como indica este especialista do Hospital Quirónsalud Valle del Henares, são se a criança não emite nenhum som aos 12 meses, ou se aos 18 meses não consegue dizer nenhuma palavra e não aponta para pedir algo, ou no caso de crianças de dois anos que não conseguem entender comandos simples.
Nesses casos, o pediatra é o primeiro profissional a avaliar o desenvolvimento da linguagem da criança, objetivando e investigando não apenas se a criança fala, emite sons ou aponta, mas também se ela consegue entender, por exemplo, o que lhe é dito ou os comandos que lhe são dados.
"Durante essa consulta, a família receberá orientações. Serão dadas orientações simples para estimular a linguagem em casa, como brincar com histórias ou músicas , dar ordens ou, por exemplo, enfatizar a importância de conversar mais com as crianças, de se dirigir mais a elas", ressalta a especialista.
Ele diz que, em caso de atraso no desenvolvimento da linguagem, e como forma de estimular a criança nesse sentido, ela também pode ser encaminhada para atividades que permitam a interação com outras crianças.
" Se o ritmo for mais lento do que o esperado , o pediatra acompanhará a criança mais de perto e, em alguns casos, somente se considerar necessário, encaminhará a criança a um fonoaudiólogo, um otorrinolaringologista ou um neurologista pediátrico", observa a Dra. María Velázquez de Cuéllar.
Em última análise, sustenta a especialista, o objetivo é que a criança goste de se comunicar, com histórias e músicas, e não apenas que ela pronuncie palavras. "Com o apoio certo, a linguagem se desenvolve e cada conquista é comemorada. Se seu filho não fala, não há motivo para pânico. Você deve consultar o pediatra, que pode ajudá-lo a entender melhor o ritmo dele", conclui a especialista.
abc