A Miu Miu trouxe sua exposição 'Tales and Tellers' para a cidade de Nova York

Na noite da última sexta-feira, a Miu Miu encenou uma cena impressionante dentro do Terminal Warehouse, em Chelsea. A equipe criativa de Nova York compareceu à ocasião, celebrando com um jantar de inauguração da instalação. Entre os convidados estavam Alexa Chung, Ella Emhoff, Jeffrey Deitch, Cazzie David, Lynn Yaeger, Paloma Elsesser, Sarah Paulson, Pauline Chalamet e a modelo revelação da marca, Cortisa Star.

KiKi Layne, Pauline Chalamet e Cazzie David no jantar.

Ao entrar, os olhos de todos pararam por um momento para se acostumar com o ambiente mal iluminado antes de absorver a paisagem ampla à sua frente. Os convidados foram imediatamente recebidos por uma cacofonia de ruídos e luzes piscantes, dando o tom da experiência em frente à primeira estação, uma mesa semelhante a uma secretária que hospedava a personagem "Jean".

A exposição — idealizada pela artista multidisciplinar Goshka Macuga e com curadoria de Elvira Dyangani Ose, diretora do Museu de Arte Contemporânea MACBA em Barcelona — foi apresentada originalmente em Paris em outubro de 2024 e faz parte da colaboração contínua da artista com a marca. Macuga já havia se unido à Miu Miu para a coleção de primavera de 2025, criando uma videoinstalação e um jornal, intitulados "Tempos Sem Verdade", que destacam o poder da desinformação em diferentes meios.

“Jean”, em um look da primavera de 2022, interpretando cenas de House Comes With a Bird, da escritora e diretora americana Janicza Bravo.

Paralelamente ao desfile, a Miu Miu também pediu a Macuga que ajudasse a transportar sua série de filmes encomendados, "Women's Tales", para fora das telas de cinema. "Quando assisti aos filmes, achei que havia muita coisa ali, mas seria muito chato mostrar apenas os vídeos, porque você vivenciaria a narrativa passivamente", disse Macuga à ELLE. "Achei muito mais interessante extrair as personagens e dar vida a elas, e fazer com que essa mulher se tornasse parte de uma comunidade e de um cenário."

Propositalmente fragmentadas em formato, mas meticulosamente coreografadas, cada estação, fosse apresentada por um comediante de stand-up ou por uma garota maníaca e fantasiosa com um casaco de pele vibrante, animava os personagens nas telas atrás delas — daí o conceito de um contador de histórias e suas histórias. Enquanto assistíamos a uma atriz lamentar-se por não conseguir decorar suas falas, uma garota da moda do centro da cidade passava zunindo em seu skate. Enquanto uma bruxa realizava seu ritual de transcendência, seu cantarolar era sobrepujado pela balada hipnótica de uma cantora.

“The Host” em um conjunto de outono de 2017, baseado em (The [End) of History Illusion) da cineasta Celia Rowlson-Hall, de Nova York.

“Em Paris, tivemos 105 artistas que trabalharam ao longo de cinco dias”, diz Macuga. Em comparação, o elenco de Nova York contava com 80, mas em um espaço muito menor, com apenas 48 horas para se preparar. Mesmo enquanto Macuga fala, o coreógrafo Fabio Cherstich acompanha diligentemente os modelos com o olhar. Ao formular as ideias iniciais, a dupla queria evocar a sensação de ser perseguida pela instalação. “Começamos com uma conversa muito precisa sobre o significado do que ela estava fazendo, as possibilidades do que estávamos fazendo juntos e como desenvolver isso em um espaço”, conta Cherstich à ELLE. “Como diretor de teatro e ópera, posso transformar algo que é um conceito em algo que é uma expressão — uma troca entre corpos com uma energia específica usando a música, o som e a luz.”

A superestimulação e a interconexão entre cada uma dessas experiências encapsulam perfeitamente a complexidade da vida cotidiana. Para a Miu Miu, o projeto é um ápice impressionante da dedicação da marca em divulgar histórias femininas nas artes.