Whey Protein deve fazer parte da dieta, mesmo sendo ultraprocessado? Entenda

Se existe uma categoria de alimentos que nunca sai da mira de nutricionistas e entidades de saúde é a dos ultraprocessados. Por se tratarem de formulações industriais ricas em açúcares, gorduras, sódio e aditivos como emulsificantes, flavorizantes e corantes, o “Guia Alimentar para a População Brasileira” — elaborado pelo Ministério da Saúde — recomenda evitá-los sempre que possível.
Mas há uma exceção que costuma levantar polêmica: o whey protein. Protagonista das dietas voltadas ao ganho de massa muscular, ele também é classificado como ultraprocessado, o que tem gerado discussões nas redes. Seria o whey apenas “farinha do mesmo saco” que os biscoitos recheados, refrigerantes e salgadinhos?
O ponto de partida é entender o que, de fato, é o whey: uma proteína extraída do soro do leite, que passa por processos industriais para ser isolada e ter seu sabor e conservação aprimorados.
Mesmo com esse grau de processamento, ele difere completamente da maioria dos produtos ultraprocessados, cujo único objetivo é oferecer sabor e conveniência, sem valor nutricional agregado.
Na contramão dos alimentos recreativos, o whey protein possui alto valor biológico, rico em aminoácidos essenciais à saúde e à construção muscular. É indicado como suplemento para atingir a meta proteica diária — especialmente em casos de maior demanda, como praticantes de atividade física intensa, pessoas com dificuldade de mastigação ou idosos com ingestão proteica comprometida.
Reduzir o whey à mesma prateleira de alimentos pobres nutricionalmente, como salgadinhos e guloseimas, é uma simplificação injusta. Ainda assim, ele não deve ser consumido em excesso, nem substituir fontes de proteína in natura — como ovos, carnes, laticínios e leguminosas — que oferecem, além da proteína, uma variedade de vitaminas, minerais, fibras e compostos bioativos essenciais.
Outro ponto importante está na escolha do produto. Nem todos os wheys são iguais: há diferenças significativas na composição. Prefira aqueles com lista de ingredientes curta, sem excesso de aditivos, com nomes conhecidos e, idealmente, adoçados com compostos mais naturais.
Portanto, mesmo sendo um ultraprocessado, o whey protein pode — e muitas vezes deve — fazer parte da alimentação, desde que com critério, estratégia e orientação profissional. No fim das contas, a função do alimento importa mais do que a sua categoria.
IstoÉ