Casa Flutuante, de Adam Lind: Como pegar carona para uma vida feliz

A frase "A felicidade é uma escolha que às vezes exige esforço" é frequentemente atribuída ao trágico grego Ésquilo, e pouca coisa mudou nos 2.500 anos desde então.

Algumas pessoas que parecem ter tudo a seu favor estão permanentemente insatisfeitas, enquanto outras, cujas vidas são marcadas pelo infortúnio, de alguma forma conseguem permanecer resolutamente otimistas.

Você consegue se forçar a ser feliz? Existe uma fórmula infalível para a satisfação? Adam Lind luta com essas questões desde os 16 anos, após a morte devastadora de seu pai alcoólatra.

"Enquanto meus amigos pensavam na garota que não respondeu a mensagem ou em como eles não foram convidados para uma festa, eu questionava a natureza da existência humana", ele escreve.

Neste curioso híbrido – um cruzamento entre um livro de viagens, um livro de memórias e um livro de autoajuda – ele descreve sua própria busca pela felicidade.

Em vez de se estabelecerem em empregos estáveis ​​depois de saírem da universidade, Lind e sua namorada Lauren decidiram pegar carona por terra até a Índia — uma viagem que seria sobre "cometer erros, correr riscos e sentir uma sensação de liberdade e realização".

Apesar de alguns momentos difíceis — incluindo uma carona na Turquia dada por um homem que revelou que tanto ele quanto seu passageiro tinham saído recentemente da prisão depois de matar suas esposas — o casal ficou impressionado com a abertura e generosidade da maioria das pessoas que conheceu.

"Ser gentil com os outros, especialmente com aqueles que não conhecemos, pode desempenhar um papel direto em quão felizes somos como pessoas", pondera Lind.

Ao retornar à Inglaterra, depois de passar cinco anos fora e visitar 24 países, ele e Lauren — agora casados ​​— mudaram-se para um barco estreito, que não só era acessível, mas também oferecia "o equilíbrio perfeito entre viver em comunidade e ser independente".

Lind preza o vínculo que compartilha com aqueles que vivem ao longo dos 3.200 quilômetros da rede de canais, uma comunidade que considera natural a ajuda mútua em momentos difíceis. Viver às margens dos canais reforçou sua visão de que conectar-se com as pessoas é uma das chaves para encontrar a felicidade.

Ele oferece uma série de sugestões para quem busca satisfação. Tenta agradecer por cada refeição, "reconhecendo cada etapa do processo que trouxe minha comida até aqui e encontrando maravilhas nela". Sofrendo de ataques de pânico que tentava esconder da esposa, ele acredita na comunicação honesta, "compartilhando e expressando abertamente a vulnerabilidade".

Ele mantém um diário e lista todos os prazeres simples que o fazem sentir-se realizado, desde passear com o cachorro até sentar-se perto da lareira em um dia frio. Ele frequenta ashrams e retiros de ioga.

Este livro suave e sinuoso não contém insights surpreendentemente originais, mas há algo envolvente na busca de Lind pela felicidade que, ele conclui, só pode vir de dentro. "Até que você encontre a liberdade interior", diz ele, "a liberdade externa não lhe trará a sensação de paz que você procura".