Portugal se junta ao Reino Unido, Canadá e Austrália no reconhecimento oficial do Estado da Palestina.

Portugal reconhece o Estado palestino, anunciou o ministro das Relações Exteriores, Paulo Rangel, no domingo, depois que o Reino Unido, o Canadá e a Austrália tomaram a mesma medida simbólica no início do dia.

Um manifestante segura uma placa com os dizeres "Todos os olhos em Gaza" na França. Foto: AFP
“O reconhecimento do Estado da Palestina é, portanto, o cumprimento de "uma política fundamental, coerente e amplamente acordada", disseram jornalistas em Nova York antes da Assembleia Geral da ONU, que começa na segunda-feira.
"Portugal defende a solução de dois Estados como o único caminho para uma paz justa e duradoura, promovendo a coexistência e as relações pacíficas entre Israel e a Palestina", acrescentou.
Horas antes, o primeiro-ministro canadense foi o primeiro a fazer o anúncio na rede social X, pouco antes de partir para esta Assembleia da ONU, que acontecerá de 22 a 29 de setembro.
Carney justificou a decisão de reconhecer a Palestina porque "o atual governo israelense está trabalhando metodicamente para impedir o estabelecimento de um estado palestino" com "uma política implacável de expansão de assentamentos na Cisjordânia" e a invasão da Faixa de Gaza, "que levou a uma fome devastadora e evitável, em violação ao direito internacional".
A Austrália , por sua vez, declarou que "reconhece as aspirações legítimas e de longa data do povo palestino de ter um Estado próprio".

O Estado palestino já era reconhecido por 147 países antes desses anúncios. Foto: AFP
O primeiro-ministro britânico Keir Starmer se juntou a eles, anunciando o reconhecimento formal do Estado da Palestina com o objetivo de "reviver a esperança de paz" para palestinos e israelenses sob uma solução de dois Estados.
"Há mais de 75 anos, reconhecemos o Estado de Israel como a pátria do povo judeu. Hoje, nos juntamos a mais de 150 países que também reconhecem o Estado Palestino", acrescentou.
Enquanto isso, o governo israelense declarou que o reconhecimento do Estado palestino pelo Reino Unido, Canadá e Austrália "não promove a paz", mas sim "desestabiliza ainda mais a região", acrescentando que a Autoridade Nacional Palestina "é parte do problema, não da solução".
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu prometeu no domingo que nunca haverá um estado palestino e que Israel expandirá seus assentamentos na Cisjordânia.
Na Faixa de Gaza, o exército israelense confirmou que seus tanques já estão entrando na capital, como parte de sua ofensiva para tomar a capital de Gaza e deslocar seu milhão de habitantes.
O reconhecimento ocorre na véspera da "Conferência Internacional para a Solução de Dois Estados", em Nova York. Embora os Estados Unidos tenham tentado interromper o fórum negando vistos de entrada à delegação palestina, poderão fazê-lo por videoconferência.

Veículos militares israelenses posicionados na fronteira de Israel com a Faixa de Gaza. Foto: AFP
O Estado palestino já era reconhecido por 147 países, mas nenhuma das economias mais fortes do mundo, reunidas no chamado G7, estava entre eles.
Espera-se que mais seis países reconheçam oficialmente o Estado palestino na segunda-feira.
eltiempo