Petanca: na bacia de Arcachon, o pequeno paraíso de Boule furão-capienne

Há quase cinquenta anos, sob os pinheiros da Place du Mimbeau, em Lège-Cap-Ferret, jogadores de cartas e de boliche se encontram todos os dias em um ambiente familiar aberto aos turistas.
Instituição. Essencial. Imóvel. São 19h15 deste sábado tardio de julho, e as coisas não mudam no final da esplanada Mimbeau. Às 15h30, o toldo foi erguido, as mesas foram montadas e o balé de cartas e bochas começou. 64 quadras oficiais estão espalhadas sobre o cascalho coberto de cinzas da praça sombreada; até os marselheses invejariam o local. Já faz quarenta e nove anos. Quarenta e nove anos desde que o Sr. Grandchamps fundou a associação. Quarenta e nove anos desde que Gérard Grimard, conhecido como "o canhoto", vem aqui jogar coinchée belote. Não há como perturbá-lo; o jogo começou.

YD/SO
A poucos passos do Bassin, estamos em um terreno pertencente ao Departamento de Faróis e Balizas, que confiou a administração do local à cidade, cidade que fez de Boule o ocupante prioritário do local. "365 dias por ano, jogamos em silêncio, sorrindo, mas com seriedade", resume Bernard Viana, o presidente. Quanto ao clube náutico, o espaço é reservado aos 250 membros (incluindo 50 jogadores licenciados). A outra metade está aberta a jogadores ocasionais, "desde que seu comportamento e traje sejam adequados". Nada de coolers ou sanduíches para se agachar por meio dia. Principalmente porque a licença IV fica sob a guarita da associação.

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Para todos, todos os dias, há a chance de participar de um minitorneio em duplas, com prêmios sempre interessantes para quem vencer. Perto do bar, o belote está em alta. "Aqui é a elite", sugerimos ao grupo concentrado, onde notamos Yannick Dupuyoo, um antigo criador de ostras de Canon. "Não, aqui, são os litros!" Humor e moderação são a ordem do dia. "Somos sempre recebidos com carinho, como se fôssemos daqui", diz Samuel, visitante regular de verão deste distrito pesqueiro.

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E o que dizer deste aplicativo inventado por aquele engenheiro engenhoso de Saint-Médard, que nos permite medir sem ambiguidades e com IA? "Aqui, usamos o medidor, a única ferramenta aprovada pela federação", explica Bernard Viana. "Mas estou curioso para ver mesmo assim." Um ex-tipógrafo da imprensa regional nos sussurra: "Isto é o paraíso. E quando estivermos fartos, podemos ir nos afogar a 150 metros de distância." Teremos que esperar um pouco mais.
SudOuest