Bienal de Arquitetura, prêmios para Bahrein, Santa Sé e Grã-Bretanha

A cerimônia de premiação da 19ª Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza contou com a entrega dos principais prêmios, com o Leão de Ouro de Melhor Participação Nacional concedido ao Reino do Bahrein, o Leão de Ouro de Melhor Participação em Exposição Coletiva concedido ao Canal Café e o Leão de Prata pela promissora participação de Kate Crawford e Vladan Joler em Calculating Empires. Menções especiais também foram concedidas ao Pavilhão da Santa Sé pelo projeto Opera Aperta, ao Reino Unido pelo projeto Geologia de Reparo Britânico e a vários outros projetos exemplares. Os prêmios, atribuídos por um júri internacional composto por Hans Ulrich Obrist, Paola Antonelli e Mpho Matsipa, celebram a arquitetura como uma resposta aos desafios globais contemporâneos, da sustentabilidade ambiental à justiça social.
O Leão de Ouro de Melhor Participação Nacional foi para o Pavilhão do Reino do Bahrein, que apresentou o projeto "Canicola". A arquitetura do Pavilhão aborda o desafio do calor extremo, com soluções de resfriamento passivo inspiradas nas tradições locais, como torres eólicas e pátios sombreados. O projeto, com curadoria de Andrea Faraguna, impressionou o júri por sua capacidade de combinar tradição e inovação em resposta às difíceis condições climáticas da região.
Uma menção especial foi concedida ao Pavilhão da Santa Sé pelo projeto "Ópera Aperta". Com curadoria de Marina Otero Verzier e Giovanna Zabotti, o projeto convida os visitantes a participar de um processo de regeneração arquitetônica e social, dando nova vida a uma igreja desconsagrada por meio de uma prática de cuidado e responsabilidade coletivos. A iniciativa foi descrita como uma “obra viva de cuidado” que reflete a importância da justiça social e da reparação.
O Pavilhão do Reino Unido recebeu uma menção especial por seu projeto “Geologia da Reparação Britânica”, que explora a relação entre arquitetura e geologia. Com curadoria de Owen Hopkins, Kathryn Yusoff, Kabage Karanja e Stella Mutegi, o projeto reflete sobre as dinâmicas de extração que contribuíram para as desigualdades sociais e ambientais, buscando novas soluções para renovar e reparar as conexões entre a arquitetura e a terra.
O Leão de Ouro de Melhor Participação na Exposição Coletiva foi concedido ao projeto "Canal Café" de Diller Scofidio + Renfro, Natural Systems Utilities, Sodai, Aaron Betsky e Davide Oldani. Este projeto, exibido no Arsenale, imagina novas formas de viver na água e oferece uma contribuição concreta para a regeneração dos espaços públicos em Veneza, com uma visão de longo prazo que vai além do evento em si.
O Leão de Prata por Participação Promissora foi concedido ao projeto "Calculando Impérios: Uma Genealogia de Tecnologia e Poder Desde 1500", de Kate Crawford e Vladan Joler, apresentado na Corderie dell'Arsenale. Este projeto recebeu reconhecimento por sua exploração visual das interconexões entre poder, tecnologia e colonialismo, oferecendo uma análise profunda da infraestrutura moderna e sua história.
Duas menções honrosas foram concedidas a projetos relevantes na Exposição Coletiva. “Urbanismo Alternativo: Os Mercados Auto-Organizados de Lagos”, de Tosin Oshinowo, foi reconhecido por sua exploração de mercados auto-organizados na África, enquanto “Capela do Elefante”, de Boonserm Premthada, recebeu reconhecimento por seu uso de biomateriais na construção de estruturas duradouras e sustentáveis, como a Capela construída com esterco de elefante.
A cerimônia no Ca' Giustinian, presidida por Pietrangelo Buttafuoco, presidente da Bienal de Veneza, também contou com a premiação de dois Leões de Ouro pelo Conjunto da Obra. O Leão de Ouro pelo Conjunto da Obra foi concedido à filósofa Donna Haraway, enquanto um Leão de Ouro especial in memoriam foi concedido ao arquiteto Italo Rota, recentemente falecido, em reconhecimento à sua contribuição fundamental à arquitetura contemporânea.
Adnkronos International (AKI)