Insultos contra o médico-chefe que morreu de câncer geram indignação entre os médicos

Gabriele Molteni, chefe de Otorrinolaringologia e Audiologia da Policlínica Sant'Orsola em Bolonha, morreu aos 45 anos devido a um câncer

Gabriele Molteni, chefe de Otorrinolaringologia e Audiologia do Policlínico Sant'Orsola em Bolonha, faleceu aos 45 anos devido a um câncer. Mas, enquanto muitos lamentavam sua morte prematura, o homem recentemente falecido foi vítima de insultos e frases depreciativas nas redes sociais por parte de grupos antivacina, devido às posições que expressou repetidamente no passado a favor das vacinas. Não creio que haja necessidade de qualquer comentário sobre o mundo antivacina, que sempre se descreve – mesmo nesta ocasião – pelo que é. Um mundo bárbaro, violento, ignorante e perigoso, completamente desprovido de qualquer valor moral. Matteo Bassetti, diretor de Doenças Infecciosas do Policlínico San Martino em Gênova, expressou sua indignação nas redes sociais.

Uma indignação compartilhada por Roberto Burioni, professor de Virologia e Microbiologia da Universidade Vita-Salute San Raffaele, em Milão. "Políticos e jornalistas que diariamente contam mentiras sobre vacinas e os danos inexistentes que elas causam — comenta em uma publicação — deveriam perceber que, com suas mentiras sobre vacinas contra a Covid (que se mostraram muito seguras, não se registrando aumento na incidência de tumores ou outras doenças em pessoas vacinadas no mundo todo), eles acalmam a pior parte do nosso país, composta por pessoas que têm em seus crânios, suspensas em um vácuo pneumático, uma mistura de estupidez, ignorância e ferocidade. No passado, eu os comparei a ratos e cometi um erro grave: devo pedir desculpas publicamente aos ratos por tê-los confundido com antivacinas", ataca Burioni, que conclui com um "PS: todos os médicos, exceto quatro charlatões que deveriam ser imediatamente expulsos da Ordem, lutaram pela profilaxia contra a Covid".