Kneecap faz rap mais fanaticamente sobre Carlberg, cocaína e clamídia
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Há policiais e policiais de choque de prontidão? Confira! Todos são revistados e revistados na entrada? Confira duas vezes! A Polícia Nacional está posicionada na rua junto com outros jornalistas que foram destacados? Confira três vezes!
O que exatamente está acontecendo? Na sexta-feira à noite, o coletivo irlandês de hip-hop Kneecap se apresentou na sala de concertos Paradiso, em Amsterdã. Nos últimos meses, o trio se tornou, relutantemente, o rosto internacional de duas caras da música pop.
Por que os rappers Mo Chara, Móglaí Bap e DJ Próvaí, três garotos travessos de Belfast com tendências recalcitrantes, simpatias antiautoritárias e compaixão incondicional pelos oprimidos, graças ao domínio britânico e aos traumas coletivos do The Troubles, estão simplesmente em seu DNA (como fica evidente em seu hilário filme biográfico, lançado ano passado, no qual eles contam suas próprias histórias de vida)?
Ou o Kneecap é formado por amigos terroristas perigosos que flertam com o Hamas e agitam bandeiras do Hezbollah (como argumentou o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, entre outros, quando alertou que seria "inapropriado" para a banda se apresentar no festival de Glastonbury).
À medida que a polêmica crescia, os shows foram adiados e ampliados. Uma turnê americana foi cancelada, mas em outros lugares o Kneecap foi promovido para casas de shows cada vez maiores. As duas noites no Paradiso esgotaram imediatamente. Sua coroação provisória acontecerá em novembro no Afas Live.
Recebidos como heróisApesar dos protestos e ameaças anteriores, as ruas de Amsterdã permaneceram silenciosas na noite de sexta-feira. Mas no Paradiso, as coisas realmente saíram do controle, ainda que de um jeito bom. E, pela primeira vez, o Kneecap não foi o mais barulhento. Durante uma dança, festa e mosh eufóricos, a multidão constantemente abafou os aclamados heróis da banda. Parecia que toda a comoção só tinha conquistado muitos fãs novos e jovens.
Para todos os novatos, Mo Chara (chapéu, óculos escuros, keffiyeh) explica mais uma vez: "Se você não consegue nos entender, nós fazemos rap em irlandês. Você não está tendo um colapso psicótico."
O que muitos leigos (e primeiros-ministros britânicos) provavelmente também não esperam: o ativismo mais fervoroso do Kneecap é, acima de tudo, seu hedonismo. Em sucessos do público como "CEARTA" e "Hooded", eles rimam sobre Carlberg, cocaína e clamídia. Quando Móglaí Bap tira o moletom no meio do show para mostrar a todos o retorno de sua mensalidade da academia, a tatuagem em sua barriga diz tudo. "3CAG" está escrito em caracteres góticos.
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Após protestos, ameaças e cancelamentos em Gaza, Kneecap e Bob Vylan estarão em breve no Paradiso: o que podemos esperar?:format(webp)/s3/static.nrc.nl/images/gn4/stripped/data136879514-3917d2.jpg)
O título do primeiro álbum do Kneecap também é a abreviação de "3 Chonsan Agus Guta". Traduzido literalmente: três consoantes e uma vogal. Em tradução livre: MDMA.
Se o próprio Kneecap não tocar no assunto, a multidão o fará. Várias vezes, ouve-se um cântico espontâneo de "LIVRE! LIBERTE A PALESTINA!" – inclusive em meio à faixa de trance que o DJ Próvaí, escondido sob uma balaclava vermelha, branca e verde, toca como um espetáculo à parte.
ColonialismoSó depois de 45 minutos e de um teaser cômico ("Alguém viu as notícias ultimamente?") a verdade finalmente vem à tona. "Sabemos que vocês estão aqui para se divertir, mas temos que falar sobre a Palestina em todos os shows", diz Mo Chara após mais um cântico. "Como irlandeses, sabemos o que significa colonialismo e o que significa estar do lado certo da história. Até que algo mude, temos que preencher o vazio, deixar os políticos para trás e continuar falando sobre a Palestina todos os dias."
E bum! A próxima música bombástica começa, e mais um surfista passa por ali, agitando uma bandeira palestina. Um fã segura orgulhosamente uma placa de papelão com uma mensagem de apoio ao rapper, que deve comparecer a um tribunal em Londres no final deste mês: "Libertem Mo Chara".
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