Cartas ao director

O porvir da vitória é preocupante
Quarta-feira, 21 de Maio, pelas 22h, nas imediações do Mercado de Benfica. Um amigo chegava a casa e, depois de estacionar o carro e sair do mesmo, foi abordado por três desconhecidos, entre os 25 e 50 anos, alcoolizados e empunhando garrafas de cerveja. Sem qualquer tipo de interacção anterior, injuriaram-no, ameaçaram que lhe roubavam o carro e, ao cruzarem-se com ele, um deles cuspiu-lhe no rosto. Insisti com o ofendido para apresentar queixa na polícia de Benfica, que nessa mesma noite foi registada, contra desconhecidos. Em boa hora ressalvo que o injuriado é de origem cabo-verdiana, cresceu em Portugal, formou-se na Faculdade de Medicina de Lisboa e há quase 40 anos exerce medicina num hospital público.
Temo que o resultado das últimas eleições possa estar a legitimar a exteriorização de insidiosos sentimentos de ódio e rancor, de habitual manifestados em mentes mais débeis e a que estes três bravos “portugueses dos quatro costados” não foram imunes.
Mário N. Pereira, Lisboa.
Roma não paga a traidores
Miguel Prata Roque (M.P.R.), em declarações à TSF, comentando a hecatombe eleitoral do seu partido, saiu-se com esta afirmação: o PS “é uma pequena elite dirigente que a única coisa que fez na vida foi exercer cargos políticos”. Lê-se e não se acredita. Independentemente da elite dirigente que pulula nos partidos e que outra coisa não faz senão exercer cargos políticos, espanta que este iluminado, bem instalado nas cadeiras do comentariado político, com presença quotidiana em vários espaços televisivos, não só nunca tenha pronunciado uma só palavra sobre tão nefasta tendência, quer na véspera, quer na antevéspera, quer em momentos anteriores ao acto eleitoral, como, bem ao contrário, tenha sempre surgido, nesses contextos históricos, como um acérrimo defensor da herança socialista dos governos de António Costa, de que fez parte como secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros e, para além disso, tenha sempre usado de uma enorme complacência para com a estratégia política da actual direcção socialista e do seu ex-líder.
Não sei a quem irá M.P.R. cobrar os préstimos da sua afirmação na TSF. Mas recomendo-lhe prudência. Na hora em que se encontrar face a face com Cipião, arrisca a que este o mande executar na praça pública e exponha o seu corpo com a inscrição: Roma traditoribus non premiae.
Rocha Peixoto, Lisboa
Neonazi Mário Machado
A justiça condenou Mário Machado, militante neonazi, a dois anos de prisão, em Dezembro passado. Apenas ontem a polícia resolveu ir buscá-lo a casa para a prisão. Na minha ignorância sobre o funcionamento da justiça, julgava que quando alguém era condenado à prisão era de imediato detido. Segundo parece, passados vários meses depois da condenação, a polícia resolveu detê-lo após o criminoso a informar de que se entregaria a 26 de Maio. É tudo muito estranho. Será que há justiça prisional de primeira e de segunda?
Mário Pires Miguel, Reboleira
Gouveia e Melo para a AIMA
A prestabilidade da AIMA está pelas ruas da amargura. Se a equipa de Gouveia e Melo teve uma excelente prestação durante a pandemia da covid-19, porque não convidar o almirante para liderar a reorganização desse serviço público? Considero que os militares podem prestar serviço público quando a organização administrativa não for suficiente. A liderança governamental deve equacionar essa possibilidade. Se as instalações de Lisboa e Porto são pequenas, porque não passar para os quartéis esse serviço temporariamente?
Ademar Costa, Póvoa de Varzim
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