A Colsubsidio continuará a fornecer medicamentos aos usuários do Nueva EPS após um novo acordo de pagamento.
A Colsubsidio Health informou nesta sexta-feira que a distribuição de medicamentos aos membros da Nueva EPS continuará normalmente em todo o país, após a celebração de um novo acordo de pagamento com a entidade intervencionada.
O anúncio veio após a revelação de que a rede de farmácias estava considerando suspender o fornecimento de tratamentos para pacientes com doenças de alto custo devido a atrasos nos pagamentos da Nueva EPS (a operadora do plano de saúde). Entre os diagnósticos afetados estavam câncer, diabetes, doenças autoimunes, epilepsia, HIV, doença renal crônica, transplantes e insuficiência cardíaca, entre outros.

Nueva EPS tem atualmente 11,7 milhões de membros. Foto: Luis Lizarazo García
De acordo com um comunicado divulgado pela organização, “após a reunião de hoje com o administrador da Nueva EPS, as entregas de medicamentos continuam normalmente em todos os pontos de distribuição do país, após a formalização de um novo acordo de pagamento”. A Colsubsidio Health acrescentou que confia que a Nueva EPS “honrará os acordos estabelecidos, para o benefício de seus usuários”.
Caso a medida tivesse sido aplicada, a suspensão teria começado em departamentos como Boyacá, Caquetá, Casanare, Huila, Meta, Quindío, Tolima e Valle del Cauca, e depois se estendido a Antioquia, Bogotá e Cundinamarca.
Este não é o primeiro acordo desse tipo entre as duas entidades. Em janeiro deste ano, a Colsubsidio e a Nueva EPS também firmaram um acordo de pagamento que garantiu a entrega de medicamentos a aproximadamente 1,6 milhão de membros em onze departamentos.
Naquela ocasião, o então agente interveniente da Nueva EPS, Bernardo Camacho Rodríguez, assegurou que o objetivo era "garantir que os membros recebam seus medicamentos sem contratempos", enquanto o gerente de medicamentos do Colsubsidio, Sergio Andrés Ramírez, destacou a necessidade de "regular o fluxo de recursos" para manter a sustentabilidade do serviço.

Este é o segundo acordo firmado este ano entre as entidades para evitar interrupções no fornecimento. Foto: Cortesia
O novo acordo surge em meio a uma profunda crise financeira na Nueva EPS, a maior seguradora de saúde do país, que foi estatizada pelo governo federal. A empresa acumulou uma dívida de quase 7 trilhões de pesos com clínicas e hospitais, o que levou vários deles a suspender ou rescindir seus contratos de prestação de serviços.
Entre os casos mais recentes estão o Hospital San José e a Clínica Shaio, que anunciaram o término de seus contratos com a EPS (Entidade Promotora de Saúde) devido a repetidos atrasos nos pagamentos. A Shaio, sozinha, acumula uma dívida superior a 95 bilhões de pesos, com atrasos de mais de 360 dias.
Segundo a Associação Colombiana de Hospitais e Clínicas (ACHC), os EPSs (Sistemas de Emergência Hospitalar) que sofreram intervenção do Governo concentram mais da metade da dívida total do sistema, que chega a 24 trilhões de pesos, sendo o Nueva EPS o caso mais crítico: entre dezembro de 2024 e junho de 2025, sua dívida aumentou 33,7%, passando de 5 para 6,69 trilhões de pesos.
A essa situação soma-se um relatório recente do Controlador Geral da República, que alertou para irregularidades na gestão administrativa e financeira do EPS, incluindo adiantamentos pendentes de legalização no valor de 15,3 trilhões de pesos, ausência de demonstrações financeiras certificadas e constatações de descumprimento do marco legal para a contratação de serviços de saúde.
Por ora, o acordo firmado entre a Colsubsidio e a Nueva EPS proporciona algum alívio a milhares de pacientes que dependem da entrega de medicamentos para dar continuidade aos seus tratamentos. Contudo, a sustentabilidade dessa medida dependerá do cumprimento efetivo dos compromissos de pagamento, em um contexto no qual a crise do sistema de saúde continua a se agravar.
“Confiamos que a Nueva EPS cumprirá os acordos estabelecidos, em benefício dos usuários”, concluiu o comunicado da Salud Colsubsidio.
Jornalista de Meio Ambiente e Saúde
eltiempo



